Porque se foi feliz intimamente
Volta-se porque se tocou num inocente
E porque se encontrou tranquilidade
A despeito da vida que acorrente
Volta-se, volta-se para a sinceridade
Volta-se sempre, tarde ou de repente
Na alegria ou na infelicidade.
E nada como esse apelo da lembrança
Para se transfigurar numa esperança
Essa desolação que uma alma leve
Assim é que, partindo, eu vou levando
Toda a desolação de um até-quando
Num ardente desejo de até-breve.
(Vinicius de Moraes)
2 comments:
Primo, comecei a ler, sentindo uma certa familiaridade... Achei que o texto fosse seu! Mas depois percebi o motivo da proximidade: a-mo-Vi-ní-ci-us!
Muito bom! Beijocas!
Pois é... não é meu, mas descreveu bem o que eu sentia naquele momento, de decidir sair de Barcelona e voltar para o Rio de Janeiro.
Vinícius é um dos meus escritores preferidos, também.
Obrigado.
Beijos.
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