Saturday, September 6, 2008

Noticias... apenas noticias...

Alo, pessoal!

Depois de pouco mais de dois meses sem dar as caras aqui, estou de volta com algumas novidades.

Notem bem, estive em modo offline durante esse tempo, mas nao estive parado; apenas sem conexao a internet.

Vou tentar ser breve:

Morava em Leeds, e trabalhava de barista num Caffe Nero. Minha mae e minha avo vieram passar ferias na Europa. Eu, que tinha ferias acumuladas, tirei uns vinte e poucos dias e fui a Espanha encontra-las. Passamos duas semanas na Espanha, na qual diriji um pouco mais de 3000km, o que significou ir de Barcelona ate Santiago de Comspotela, e ainda um pulinho a Toulouse, e depois fomos a Paris - de aviao - por uns tres dias, e depois voamos a Leeds, onde elas ficaram lah em casa por uma semana.

Depois que levei-as ao aeroporto de Liverpool para regressarem a Espanha, as coisas comecaram a desandar um pouco... err... nao, nao vai dar pra ser breve, nao. Vou escrever como sempre, e para quem for se aventurar a ler, separa uns cinco minutos ai, pois o texto vai crescer.

Bom... meu gerente no Caffe comecou a cismar comigo, e sem ter uma razao logica para me mandar embora, comecou a fazer a minha vida bem miseravel, ate que eu perdesse a paciencia e pedisse pra sair ("pede sair! Pede pra sair!"). Como ele fez isso? Simples. Sem muito esforco. Fazia escalas ridiculas, como me pondo pra trabalhar por apenas quatro horas num dia, no outro me mandando cobrir um turno de alguem numa cidade ao redor de Leeds, que apesar de ser maneiro conhecer gente nova, era numa loja que abria as sete da manha, o que me forcava a acordar por volta das cinco e meia da matina, etc. Depois, disse que nao estava satisfeito com meu rendimento, e me "rebaixou" de chefe de equipe a barista em treinamento novamente - ou seja, desci os dois degraus que ele mesmo havia me promovido quando eu ainda tinha menos de dois meses de empresa. Embora isso nao me afetasse nem psicologicamente nem financeiramente - tive que voltar a usar uma camisa vermelha com os dizeres barista in training, ao inves da camisa preta que normalmente os baristas e os chefes de equipe usam -, ele decidiu me tornar part-time (meio-expediente), ou seja, maximo de vinte horas semanais, ao inves do full-time (expediente completo) que eu estava acostumado, que era numa media de 35 a 40 horas semanais. Dito isto, e lembrando que na Inglaterra recebe-se por hora trabalhada, da pra imaginar o inferno financeiro que a minha vida ia virar em pouco tempo...

Some a isso o fato de que eu havia acabado de voltar de ferias, onde sempre gasta-se dinheiro, e que a epoca era de mudanca de endereco, pois o contrato da casa onde eu morava ia acabar ao meio-dia de primeiro de julho. E para alugar uma casa, voce tem que pagar um deposito e o primeiro aluguel de uma vez soh... Ah, tem mais uma. Meu carro, que ha pouco teve o radio roubado - vide post de oito de abril - acabara de ser reprovado na vistoria, o que me impedia de pagar o imposto para continuar com ele na rua, e o custo dos reparos ia sair mais caro que o valor do carro.

Pronto. Estava formado meu pesadelo...

O trabalho eu poderia resolver de forma simples: sairia da moleza de trabalhar apenas durante o dia no Caffe, e voltaria a trabalhar em pubs, o que iria roubar minhas alegres noites de bebedeiras e conversas. Mas tudo bem. Teria rapidamente grana pra reformar o carro, ou comprar outro, e alugar uma casa, e etc. Mas tudo veio assim, do nada... E o dia da mudanca chegando... cheguei a pensar em ir morar na casa do Leo e do Martins, mas eles tambem foram pegos de surpresa, e uma ordem de despejo fez com que eles fossem morar nas casas das respectivas namoradas... Cheguei a pensar em arrumar uma pra mim, mas desisti, pois nao ia dar tempo de pegar tanta intimidade, a ponto de pedir pra ir morar junto... Confesso que estacionar o carro nos fundos do Caffe Nero e dormir nele foi uma hipotese seriamente cogitada...

E tambem eu sabia que embaixo da ponte eu nao ia morar. Varios amigos me ofereceram "um teto", como a Laura, que trabalhava no Nero comigo, ou o Brookie e o Bates, que moravam lah em casa... bom, o Bates nao morava lah em casa, mas vivia lah. Mas enfim... sabia que os ingleses que conheci ali em Leeds nao iam me deixar na mao... mas eu tinha que agir rapido.

Aih, numa bela noite, ou melhor numa tarde de sabado, o Martins me liga, me chamando pra ir jogar sinuca e beber uns pints nos pubs ali de Headingley, o bairro aonde eu morava em Leeds. Meio desanimado, mas com uma puta vontade de beber uma cerva, aceitei e fui lah.

Lah chegando, encontrei com ele e com a Heather, sua namorada, e logo juntaram-se a nos o Rafael e a Luciana, dois paranaenses que conheci lah em Leeds. O Martins me contou que tava indo embora de Leeds na manha seguinte, pois no dia anterior havia conseguido um emprego lah no sul. Me disse tambem que havia a possibilidade de uma segunda vaga, e que se eu quisesse, podia ir com ele no domingo a tarde pra lah, e conhecer o cara, e ver se rolava ou nao de pegar o trampo, como os brasileiros aqui costumam dizer. Vale lembrar que a maior parte dos brasileiros aqui na Inglaterra sao de SP, GO, PR e MG, mais ou menos nessa ordem aih mesmo, entao termos alheios ao vocabulario carioca sao lancados a torto e a direito, o que me faz por diversas vezes interromper as conversas por literalmente nao saber o que significa uma determinada palavra. Mas continuando...

Naquela noite ainda fomos ao ¡Viva Cuba!, que eu particularmente acho uma merda, mas ficamos de encontrar com mais alguns brasileiros (PR) ali, e depois ao Revolution, onde encontramos o Leo (SC) e o Ricardo (PR), e ali sim, deu pra matar a saudade dos bons tempos de Leeds, pois foi dali que eu e o Leo conhecemos e gostamos da cidade, quando ainda moravamos em Horton. Musica boa, precos modicos, e uma mulherada pra lah de louca... ah, vodca gratis tambem: umas garotas da casa andam pela pista com umas garrafas cheias do que pode ser dito que eh uma versao mais elaborada do que a gente conhece por Gummy no Rio, e voce levanta a cabeca, abre a boca, e elas jogam uns cinco segundos de goroh em voce. E que voce nao se mexa, senao tu se molha todo... Enfim, ali passamos a noite, ate umas tres da matina.

No domingo acordei cedo, pois ja era dia 29 de junho, e a data da mudanca tava chegando. Continuei minhas arrumacoes, e apos quase tudo concluido, parei pra pegar a estrada com o Martins. Por volta das tres da tarde, ele chegou lah e partimos. Pegamos a M1 no sentido Londres, mas o destino ainda era bem depois. Fomos ate Aldershot, no condado de Hampshire, a sudoeste da Inglaterra. Sete horas de viagem mais tarde, ainda fomos descobrir que Aldershot era aonde ele ia trabalhar. O lugar que ele ia morar era em uma cidade chamada Farnborough, no mesmo condado, mas umas quatro milhas antes... Voltamos, e conhecemos as pessoas que moravam na casa (falarei delas mais adiante), e fomos dormir. Como chegamos tarde, perdi a chance de conhecer o cara que poderia me arrumar o tal do trampo...

Na manha seguinte, acordei cedo, pois havia comprado passagem de onibus para retornar a Leeds as 08:30am. No caminho, que levava tanto a rodoviaria quanto a Aldershot, o Martins me convenceu a perder o onibus e ir na empresa, pra ver se a tal da vaga ainda estava aberta. Vinte e nove libras mais pobre, eu fui.

Chegando lah, conheci o cara, e enquanto fumavamos um cigarro, consegui o emprego. Em menos de dez minutos... cheguei a pensar que as vezes o fumo nao eh tao prejudicial assim... mas deixa isso pra lah.

O cara - Darren, o nome dele - perguntou se eu poderia comecar no dia seguinte. Eu disse que seria complicado, pois estava de mudanca em Leeds, e teria que regressar para pegar minhas coisas, e tal. E como uma viagem dessas nao eh nenhuma Rio-Niteroi, nao daria tempo de fazer tudo de um dia pro outro... mas ele entao disse que era pra eu me ajeitar, e voltar em dois dias. Otimo.

Peguei um trem pra Londres, e de la fui pegar um onibus pra Leeds. Mas nao haviam. Estavam todos lotados. E eram por volta das quatro da tarde de segunda, trinta de junho. E ao meio-dia do dia seguinte, os novos moradores da casa estariam lah. Teria que dar um jeito de chegar em Leeds pra fazer a mudanca... Taxi? Piada. Trem? Humpf, era mais barato comprar um bilhete aereo para Paris ou Barcelona do que um bilhete ferroviario para Leeds. Oitenta e oito libras, Londres-Leeds, soh de ida. Da pra acreditar? E pensar que ha menos de dois meses atras eu voei de Leeds a Barcelona por vinte e cinco libras... Me pus na lista de espera, que eh quando voce da o seu nome para o motorista do onibus, e se na hora da partida alguem nao estiver lah, voce entra no onibus. Perdi dois onibus nessa (haviam outras pessoas na minha frente), e consegui embarcar num onibus as onze da noite. Mas era um parador, e soh chegaria em Leeds as seis da manha.

Chegando lah, fui pra casa, e sem ter dormido direito, continuei as arrumacoes, encaixotando as coisas e as pondo no carro. Deixaria as coisas que estavam no banco de tras na casa da Diana, namorada do Leo, e o que estivesse no porta-malas ia ficar no carro mesmo, que eu deixaria na casa da Heather, namorada do Martins. Beleza. Tudo certo. Na hora de ir embora de volta para Farnborough, a noticia: nao haviam mais vagas no onibus. Mas agora nao podia mais perder tempo, pois ja comecaria a trabalhar na manha seguinte. Morri nas oitenta e oito libras e vinte pence ("pence" eh como sao chamados os "centavos" aqui na Inglaterra). E isso soh de Leeds ate Londres. Nao haviam mais conexoes para Farnborough naquela noite. Fui a Londres, e pernoitei na casa do Stephano (ES), outro grande amigo que fiz nos aridos seis meses que passei em Londres em 2007.

Bom... papeis assinados, conexoes feitas, consegui chegar em Farnborough, e comecei a trabalhar. Nos dois primeiros dias nao estava dirigindo, apenas treinando, conhecendo as rotinas, etc. Qual era o trabalho? Ih, esqueci de falar... motorista de entregas numa empresa que vende e distribui pecas de carros. Funciona assim: o cliente faz o pedido por telefone, as notas fiscais sao impressas, um despachante vai no almoxarifado buscar as pecas correspondentes a cada pedido, e arruma numa prateleira, mais ou menos por proximidade de areas. Os motoristas ficam parados na empresa, e quando tem uma ou mais rotas prontas, distribui-se e cada um vai pra sua rota. Os clientes sao oficinas locais, e outras nem tanto assim - as vezes ficam dentro de uma fazenda que nao tem nem no mapa! Por isso, um outro investimento que tive que fazer foi adquirir um navegador com GPS (singla em ingles de Sistema de Posicionamento Global), pois um desses seria impossivel fazer as entregas em tempo habil. Com eles ja era meio dificil...

Treinei na quinta e na sexta, e no sabado fui a Londres levar uma van para pegar a minha. Mas claro que nao foi tao simples, assim. Nao... nao poderia ser, nao eh!? Senao qual seria a graca? A van pertencia a um cara que tava saindo da empresa. Soh que eu nao podia usa-la, pois os discos de freio ja estavam no metal, e tinham que ser trocados. Ai o cara aproveitou e fez a mudanca dele na van. Escolheu o caminho mais longo o possivel, e me fez ir "louvando" o caminho inteiro, com um unico CD "ao vivo" de uma banda crente, com direito a exorcismo e etc. Imagino que alguem deve ter subido no palco, e iria tao somente pular de volta na galera, mas o vocalista deve ter interpretado como um sinal maligno, e nao teve duvidas: interrompeu a cancao e comecou o ritual. Beleza. Chegamos em Londres. Sudoeste de Londres. Area braba. E a umas 10 milhas do endereco da empresa, que eh no noroeste de Londres. Soh que qualquer milha em Londres demora pelo menos uns vinte minutos para ser cruzada, ja que as obras sao interminaveis, e o transito sempre caotico. Cheguei na empresa uma hora e meia apos ter saido da casa do ex-colega. Me deram uma van que, a primeira vista, ja sabia que iria longe. A embreagem tremia mais do que uma britadeira, varios indicadores no painel que deveriam estar apagados ficavam acesos direto, e a cabina estava imunda e fedia. Nossa, como fedia. Mas ta bom. Peguei o bicho, e sai fora... sai do bairro da empresa, peguei uma via de acesso. Logo, peguei um elevado, onde ja deu pra ganhar uma velocidade... ai parei pra comer no Burger King, pois ja faziam umas nove horas que eu nao comia nada. Voltei pra estrada, ainda limite de 50mph (Milhas Por Hora), ou uns 80km/h. Logo peguei a M25, a orbital de Londres, e comecei a pisar fundo (o limite ja era 70mph, ou 110km/h... Tudo ia muito bem, ate que de repente o carro comeca a perder potencia. 65, 60, 55... quando chegou a 40mph, percebi que era game over pra mim ali naquela estrada, e ja na banguela, fui pro acostamento. Abri o porta-luvas e constatei que nao havia o tal do colete luminoso que somos extremamente recomendados a por ("por" com "^") quando saimos de dentro do carro, nos paises da Uniao Europeia. Liguei pra empresa, e ambos concordamos que era o motor de arranque. Mandaram o reboque, e voltei pra empresa. Ai me deram uma van novinha, um Berlingo, da Citroen, belezinha! Cherando a novo...

Peguei a estrada, e por volta das onze da noite cheguei em Farnborough. Tava moh galera lah em casa, e ficamos bebendo e conversando ate umas quatro da madrugada. Falando em "lah em casa", deixa eu falar um pouco sobre a casa... Era uma casa muito legal. Bom, ainda deve ser. Habitada por uma familia de portugueses/angolanos, eram bem brasileiros no coracao. A Laida eh a lider do grupo. Nascida na Angola e radicada no Brasil por mais de 20 anos, ela mora com a sua mae, a "dona" Merces, uma senhora portuguesa de 85 anos pra lah de ativa, e com o neto, Gabriel, brasileirinho de 8 anos que ainda nao sabe bem em que idioma forma seus pensamentos. A mae do menino - nora da Laida - faleceu quando ele tinha apenas tres anos, e como o pai trabalha e ficaria meio enrolado pra tocar a vida e cuidar do menino, ela assumiu o leme nessa missao. Na casa tem um quarto de reserva, que ela aluga pra ajudar no orcamento. A casa tem um belo quintal nos fundos, desses que a gente ve em qualquer casa de suburbios do Rio. Tem ate uma churrasqueira, onde fizemos varios churrascos. Nesse quarto ficamos eu e o Martins. Soh havia uma cama e um colchonete, e nos revezavamos semanalmente para dormir na cama.

E o trabalho foi seguindo, junto com a vidinha feliz e calma. Trabalhando de 8am as 5.30pm, com 40 minutos de almoco, e mais quantas paradas te desse na telha de fazer, ja que nao tinhamos um controle dentro da van. Pegava o roteiro, botava os CEPs no GPS, e ia fazer as entregas, ouvindo musica, parando pra tomar um cafezinho, fumar um cigarro, conversar com os mecanicos que eu ia conhecendo, etc. No fim da tarde, encontrava o Martins em casa, e iamos ao pub na esquina, beber uns pints e jogar uma sinuca. As vezes, numa noite de bebedeira mais seria, ainda paravamos para um Fish&Chips no caminho.

Ate que um belo dia, a "casa caiu": o Martins foi trabalhar (trabalhavamos em filiais diferentes), e ja quando chegou, foi informado que a matriz em Londres mandou ele voltar pra casa. Ele voltou e me ligou. Fiquei preocupado, e continuei meu roteiro. Quando voltei a filial, havia um recado no meu quadro (onde eu escrevia os roteiros que ia fazer), dizendo para eu ligar para a matriz. Liguei e fui informado de que, devido a um corte nos funcionarios terceirizados, eu estava sendo demitido, pois a ordem/criterio de demissao eh a partir do mais novo. Deixei a van lah mesmo, e me deram uma carona pra casa.

Quando cheguei em casa, o Martins ja tava se resolvendo: oferecam pra ele uma vaga na matriz em Wembley, noroeste de Londres, e ele aceitou. Tava se mudando naquela segunda mesmo. Eu resolvi ficar mais uns dias, esfriar a cabeca e ver o que ia fazer. Como no fim de semana tinha recebido a visita da Ellis - amiga espanhola que mora em Dubai, onde trabalha como comissaria de voo da Emirates -, tinha passado os ultimos quatro dias falando em espanhol, e a saudade da Espanha aumentou. Tambem me reaticou a ideia de voar, ja que as conversas e as fotos dela sao de fazer qualquer um que goste do ramo pensar em se mudar pro Emirados na hora. Pronto. Em pouco mais de 24 horas eu ja havia feito a minha decisao: quero cair fora desta ilha.

Mas Dubai nao eh logo ali, e nao sei escrever em rabiscos. Nao que o idioma fosse problema, pois ali se fala ingles como nos EUA. Mas nao tenho emprego lah, nem tampouco um visto pra entrar no pais. Entao a opcao foi a Espanha. Mas nao cometeria o mesmo erro de regressar ao norte, onde ainda se ve muito da Espanha rural, quase que lembrando os tempos do Franco. Escolhi Barcelona, cidade grande, com um estilo de vida que se assemelha ao do Rio de Janeiro, e onde moram familiares que teria certeza de que me dariam um teto ate eu me arrumar. E sei que trabalhar em Barcelona nao eh dificl. Bom, nao sei, ainda vou descobrir. Mas ja fui informado de que nao eh dificil conseguir trabalhos lah... e mesmo empregos formais.

Liguei para a minha tia/prima Maricarmem, comprei uma passagem soh de ida, e comecei a fazer as malas. A Laida ja tinha um casal pra por na casa, e eu ja havia passado do dia que tava pago, e sei que ela precisa da ajuda do aluguel. Falei com o Julian, e pedi para morar na casa dele. Era dia 22 de agosto quando o Guilherme (SP), grande amigo que fiz lah no sul, me trouxe a Londres, ate a casa do Julian. O cara trabalhou o dia inteiro na van, depois fez quatro horas de entregas pra um restaurante de comidas indianas no carro da Laida, e depois dirigiu as quase 80 milhas necessarias para me levar da casa da Laida ate a casa do Julian. E ainda voltaria pra sua casa, que seriam aquelas 80 milhas mais umas 30. Enfim... amigos que fazemos pelo caminho, e que ficam marcados.

Naquela sexta a noite, era vespera de feriadao aqui, e tinha uma galera na casa do Julian, pois naquela madrugada sairiamos para acampar no Lake District, no condado de Cumbria, ultimo condado antes da fronteira com a Escocia. Longe. Muito longe daqui. Bem depois de Horton, que ja eh longe pra cacete de Londres. Fomos acampar, o fim de semana foi bacana, embora com chuva, e voltamos a Londres.

Nessas duas ultimas semanas, nao tenho feito bulufas, a nao ser ver Discovery Chanel, Animal Planet e National Geographic - eh, eu sei, nerd, neh... foda-se! Eu gosto... Bom, tambem nao tenho feito soh isso... tem sempre aquela cerveja gelada e o papo animado no fim do dia, quando o Julian e a Teresa chegam do trabalho.

Ahhh... esqueci uma caixa na casa da Laida. Mas que caixa? Ora, eu separei varias caixas para enviar para o Brasil, com todas as quinquilharias que adquiri ao longo destes poucos anos que morei aqui no Reino Unido. Na sexta, quando o Guilherme me trouxe ate aqui, trouxe tambem umas dez caixas. Mas durante a semana, enquanto eu fazia um "check list" pra ver se tava tudo em ordem, percebi que faltava uma. Era um aparelho de som, que ja tenho desde que cheguei aqui. Na manha seguinte, peguei um trem e fui a Farnborough. Passei o dia lah com a Laida - e aproveitei pra filar uma boia, ja que ela eh cozinheira de mao cheia! - e de tarde peguei um trem de volta - apenas com uma caixa de 12kg no ombro. Nesta ultima sexta, cinco de setembro, a empresa veio aqui, empacotou e levou tudo, o que espero que chegue no Rio em novembro.

No ultimo fim de semana de agosto, tive um churrasco na casa do Marat, amigo do Casaquistao, e foi bom demais. Pouca gente, eramos sete, e mae dele fez umas paradas tipicas de lah, putz... Depois ele contratou uma limosine para levar a gente da casa dele ate o centro de Londres, com algumas garrafas de champanhe dentro... Fomos para o tal do Guanabara, que, como o nome sugere, eh um lugar de musica brasileira. Me lembrou o Tijuca Tenis Clube, mas um pouquinho pior. Nao durei muito ali. Samba pra ingles ver e apresentacoes de algo que se assemelha a capoeira sempre acontecem nesse lugares. Ali nao foi diferente. Me despedi da galera e fui com o Stephano para o The Players, piano-bar bacanissimo que sempre salvou as minhas noites em Londres. Ficamos ate umas duas da manha, e fui dormir na casa dele. No domingo, vi o jogo Chelsea 1 x 1 Tottenham (gols de Belletti aos 28' e do Bent 45', ambos no 1o. tempo), que alias nao foi muito bom (esperava mais do "Big Phil" Scolari), e pro fim da tarde fui encontrar com a minha prima Rachel, que ja nao via desde comecos de 2007, quando estivemos juntos no Rio de Janeiro. De la eu voltei pra UK, e ela foi pros EUA. Mesmo tendo chegado aqui em meados de janeiro, eu ate hoje nao tinha conseguido encontra-la, pois sempre acontecia algo. E dessa vez quase que nao foi tambem. Fiquei sem bateria no telefone no meio do caminho, e tive que tentar me lembrar da mensagem com as instrucoes que ela havia me enviado. Nao consegui de primeira, mas numa segunda tentativa achei.

Morando numa grande casa, mas com outras onze pessoas, a casa tava bem agitada pra um domingo a noite. Sendo a maioria brasileiros, fizeram um churrasco. Eu me lembro de ter aberto a minha ultima cerveja por volta das 4.40am!! Pra quem nao se via ha bastante tempo, a noite foi de muito papo...

E agora estou aqui, aguardando a hora de embarcar, e ver o que me espera na Espanha. Uma coisa eh certa: o tempo vai estar bem melhor do que aqui nessa ilha. E a economia tambem, ja que a Espanha tem crescido muito, ao menos entre os paises da Uniao Europeia, ao mesmo passo que a Inglaterra - ou melhor, toda a Gra-Bretanha (o que significa a Inglaterra, a Escocia e o Pais de Gales, mas exclui a Irlanda do Norte) - tem estado muito mal das pernas, economicamente falando.

Vamos ver o que vai acontecer em terras catalas...

Obrigado a todos por terem estado comigo durante este texto todo.

Um abracao a todos!

2 comments:

Unknown said...

Acho que vc deveria escrever um livro...

PS: Aquela minha amiga que eu te apresentei na Trafalgar dá aula de samba no Guanabara...

Mark Alvarez said...

Aline: Quando eu me aposentar, e tiver tempo, vou pensar nisso. Soh nao sei se ate lah eu ainda estarei pensando...

Quanto aos passistas da Guanabara, nada contra eles. Tecnicamente bons, eles provavelmente dancam bem melhor do que eu (!!). O problema eh que sempre poem uma marcacao de bateria pra lah de enjoada, e os passistas nada mais fazem do que ficar pulando de um lado pro outro, com meio quilo de penas nas costas.

Acho isso ridiculo demais, e nao perco tempo assistindo a tais shows. Tampouco os de "capoeira", em que poem dois bailarinos sem camisa e de pele marrom - pra mostrar que o Brasil tem brancos e negros misturados! - pulando de um lado pro outro. To fora.