Thursday, January 31, 2008

E quando Jesus perde a paciencia?



Imagina o que aconteceria se o "Exterminador do Futuro" Arnold Schwarzenegger voltasse ao ano 0000 - isso mesmo, nem AC, nem DC, o ano em que Jesus nasceu! - e resolvesse Protege-lo?

E pior, se Jesus, conformado com Seu destino, fosse contra a tal protecao, mas ainda assim o Exterminador instisse em Protege-lo?

Pois eh, nesse video que eh o trailer de um filme que nunca existiu (mas bem que poderia!), Arnold volta ao passado para Protege-lo, e a contra-gosto do Filho, sai matando geral que O ameaca, e acaba tirando a paciencia do Nazareno!

O resultado: Hilario!!


Obs.: Video em ingles medieval, legendado em portugues de Portugal.

Wednesday, January 30, 2008

Deu azar...



Foi tentar roubar uma loja de conveniencia e seu deu mal... muito mal!

Obs.: Video sem audio.

Tuesday, January 29, 2008

Os idiomas e suas confusoes...



Os italianos continuam me fazendo rir...

Essa animacao eh antiga, mas nao sei o quao popular ela chegou a ser no Brasil. Corria pelos celulares daqui da Inglaterra ja em meados de 2005.

Enfim... conta a historia de um italiano que vai passar ferias em Malta, pequeno pais (!?) no meio do Mar Mediterraneo, que apesar de ter o ingles como lingua oficial, na pratica eh uma extensao da Italia, ja que a ilha fica pertinho da ponta da "bota" que eh a Italia... cerca de 90km...

O camarada passa por diversas situacoes, devido ao seu carregado sotaque latino. Da pra imaginar isso acontecendo direitinho como acontece no video, pois por aqui pela Inglaterra tambem escuto cada uma que eh de arrepiar os cabelos.

Como aconteceu com um grande amigo meu que, uma vez, recem chegado a Inglaterra, e vindo da Espanha, pediu ao barman de um pub um pacote de Wankers, quando na verdade se referia a Walkers, marca de uma batatinha frita muito comum como tira-gosto em pubs aqui. O barman nao entendeu nada, e antes que a confusao de instalasse, eu intervi e expliquei o que ele queria dizer.

O problema? Muito simples. Meu amigo simplesmente disse que queria um pacote de "punheteiros", traducao ao pe da letra da palavra wankers.

Lembro de uma goiana que conheci na Espanha que me contou que foi ao acougue e pediu ao senhor que lah trabalhava por um quilo de polla (leia-se "polha"). O cara arregalou os olhos e perguntou novamente o que ela disse, e ela repetiu, ainda enfatizando com as duas maos o que queria... O homem, ao ver que a menina era gringa, levou na esportiva e disse que nem se juntasse todos os funcionarios do acougue conseguiria o tal quilo...

A gafe? Eh que polla em espanhol significa algo como uma referencia bem vulgar a genitalia masculina... O que ela queria dizer era pollo (leia-se "polho"), que significa frango... Nao preciso nem dizer que ela nunca mais retornou `aquele acougue... rsrs

Enfim... gafes acontecem... especialmente quando voce ta usando um idioma que nao eh o seu primeiro idioma... e na maioria das vezes, nao tem lah muita pratica nele.

Comigo me passou uma, uma vez... foi logo assim que vim para a Inglaterra. Um recem conhecido me perguntou se eu queria um fag, e eu o olhei intrigado, e quase meio ofendido... Ai ele puxou do bolso um pacote de cigarros e disse de novo. Sorri e saquei qual era a dele...

O mal-entendido, nesse caso, eh porque fag em ingles americano significa "bicha", "gay", e em ingles britanico eh giria para cigarros; a giria para cigarros nos EUA, que era a unica que eu tinha em mente ate entao, era cig... E olha que nesse caso nem se tratava de outro idioma, hein... estavamos ambos falando em ingles, mas como acontece conosco e nossos irmaos lusitanos, algumas palavras mudam de sentido, ao cruzar o oceano... Eita, mundao louco, esse...

Monday, January 28, 2008

Europa x Italia



Para todos aqueles que acreditam que os italianos se comportam da mesma maneira que o resto dos europeus, segue essa animacao que prova o contrario.

A parte referente a "arte de pedir um cafe" reflete bem o que passa pela minha cabeca quando estou lah no Caffe Nero trabalhando e chega alguem com um pedido tao complicado que por vezes acho melhor anotar para ter certeza de que eu entendi tudo o que a pessoa me pediu, muito embora ambos estamos falando "ingles" naquele momento.

Esta cena esta localizada no minuto 3:35, mas vale a pena ver a animacao toda... Em certos pontos, da ate pra assimilar com o Brasil, ao inves da Italia...

A animacao foi a primeira criada em Macromedia Flash pelo artista italiano Bruno Bozzetto (www.bozzetto.com), que tem, pra quem curte curtas, o otimo "How not to Drive: Yes and No" e "The World's history for those who are in a hurry", esse ultimo em italiano e sem legendas, mas ainda assim bem interessante.

Um cafezinho, por favor!


Ola, pessoal!!

Ja faz um certo tempo desde minha ultima mensagem com noticias minhas, mas isso foi devido ao fato de eu nao ter um computador na casa aonde moro. Nao ter, nao; nao tinha. Na semana retrasada criei coragem e comprei um notebook, que para quem nao esta familiarizado com os termos informaticos, eh um daqueles computadores portateis, que parecem um livro, e cabem numa malinha pequena. Como a casa ja possuia conexao de internet sem-fio, foi soh ligar e me ligar ao mundo! E aqui estou, fazendo contato imediato com voces, e vou contar um pouco sobre o que tenho passado aqui em Leeds, norte da Inglaterra.

Muita coisa aconteceu desde aquele ultimo e-mail, mas infelizmente o episodio da loura gostosa me agarrando no balcao do bar nao tornou a repetir.

Pra comecar, logo na minha segunda semana aqui em Leeds, encontrei com um grande amigo que mora em Horton (vilarejo onde morei quando vim da Espanha para ca, em abril de 2005, e ali fiquei ate novembro de 2006). Era o dia da final da Copa do Mundo - de rugby, esporte que se assemelha ao futebol, mas onde tambem se usa as maos -, que nesse ano de 2007 foi na Franca. Enfim... Fomos assistir ao jogo, e depois fomos para outros pubs, e no fim da noite, ele e um outro cara lah da area dele tinham reservado um taxi para Horton. Sem hesitar muito, resolvi ir com ele, pois seria uma chance de voltar a Horton, e rever meu ex-patrao, que mantinha guardado, alem de meus livros e discos, meu carro, na garagem do hotel onde eu trabalhava.

Apos varias cervejas, dormi, e no dia seguinte fui caminhar pelo vilarejo. Ao passar pelo hotel, vi meu carro lah, paradinho, na mesma vaga de sempre. Parei para conversar com o pessoal do hotel, e encontrei o sr. Richard, meu ex-patrao. Ele ja chegou com as chaves e o documento do carro nas maos, e apos um forte aperto de mao (nao sei se era de tanta saudade ou se era porque ja nao aguentava mais ver aquele carro parado ali, tomando uma vaga do estacionamento), me pediu para retirar meu veiculo dali. Apos 4 horas carregando a bateria, eu estava motorizado novamente. Mas dirigir um veiculo sem seguro, IPVA e vistoria aqui na Inglaterra eh um crime tao grave quanto andar com uma arma, e os 100km de Horton a Leeds foram uma aventura, e a distancia tava parecendo algo como Curitiba-Fortaleza. Me lembro de durante o percurso ter feito varios acordos com Ele para que me protegesse e que a policia nao me parasse, por qualquer motivo.

As preces foram ouvidas, e cheguei em casa sem nenhum problema. Naquela mesma semana, coloquei o carro no seguro e paguei o imposto rodoviario - que aqui se chama DVLA, mas eh o equivalente ao nosso IPVA do Brasil. Com uma diferenca: aqui paga-se o imposto para manutencao das estradas, e a mesma eh de fato feita... e muito bem feita. Nao cheguei a marcar a vistoria, e ate o momento que vos escrevo, ainda ando sem a vistoria feita, por motivos de falta de tempo e de falta de dinheiro... o negocio eh caro, e o carro nao vai passar se nao cumprir com varios quesitos... e sei que tem umas pequenas coisas para fazer no carro, como trocar o oleo do motor e alguns pneus. Mas pelo menos ja tinha o selinho do IPVA colado no vidro dianteiro, e quem apenas ve o carro, nao tem como saber se ta vistoriado ou nao, mas da pra ver que ta com o imposto pago.

Voltando a minha primeira semana em Leeds, fui a busca de um emprego. Espalhei alguns curriculos pela internet e por escritorios no centro da cidade, mas as minhas ultimas experiencias nao foram exatamente em informatica, entao, nao colhi muitos frutos desta busca. Uma coisa que nao queria era voltar a trabalhar em pubs. Nao que eu nao goste. Eh um trabalho bacana, tranquilo, e quase sem apurrinhacoes (a parte de uns bebuns que vez ou outra dao trabalho). O lance eh que eu nao queria mais trabalhar nas horas em que todo mundo ta se divertindo, entenda-se sextas e sabados a noite. Ja cheguei a falar sobre isso num texto anteiror, onde me referia ao emprego normal. Pois bem. Com o tempo passando e o dinheiro comecando a dar sinais de que a escassez viria em breve, comecei a focar no comercio. O natal tava ali (era comeco de outubro), entao, na pior das hipoteses, uma vaga temporaria nao cairia tao mal assim. E numa dessas, apos passar por varias lojas de um shopping center, parei pra tomar um cafezinho, pois queria fumar um cigarro. Entrei num Caffe Nero, que eh um coffee bar, no estilo da Casa do Pao-de-Queijo do Rio de Janeiro. Tinha um ultimo curriculo na mao, e como vi que a menina do bar tava parada sem fazer nada, comecei a puxar papo.

(OBS.: Conversa traduzida do ingles para o portugues, a fim de facilitar a compreensao)

- Dia calmo, neh!


- Eh... de manha tava um pouco agitado, mas agora que o tempo melhorou, a loja tende a ficar vazia... O povo aproveita quando faz um pouquinho mais de calor (entenda-se acima de 10C) e fica batendo perna nas ruas, pra adiantar as compras de natal... mas nem vou reclamar, to sendo paga, mesmo assim... Mas e voce... vai fazer suas compras de natal?


- Eu? Nao... acabei de me mudar pra cidade... vim de Londres... To procurando emprego, na verdade... ce num tem um pra mim, aqui nao!?


- Aqui nessa loja nao, mas tem uma outra que tao precisando desesperadamente de gente... Voce eh canadense, neh!? Melhor ainda, pois ja fala ingles...


- Quem? Eu? Nao...


- Americano, entao…


- Nao… sou do Rio de Janeiro...


- Ah, eh!? E esse sotaque carregado aih?


- Eh porque lah na America do Sul, a gente tende a aprender ingles com sotaque norte-americano...


- Caramba!! Voce sai lah do Brasil pra vir morar aqui em Leeds? Qual o seu problema com as praias?? Gosta de frio, de chuva, ou dos dois?


- Bem, eh uma longa historia...

Nesse momento uma pessoa se aproxima do balcao. Ela fala pra eu esperar um pouquinho e vai servir o cara.

Outras pessoas chegam. Ela percebe que vai ter um certo movimento, e vem ate mim e fala:

- Acho que vou ficar meio ocupada pelos proximos minutos, e vc ja ta acabando o seu cafe. Mas se vc quiser tentar a vaga, deixa um curriculo aqui que eu mando pra outra loja, via fax, mais tarde.


- Po, legal... ta aqui, oh!


- Valeu... boa sorte!


- Obrigado!! T+!



Voltei pra casa. Fiquei pensando que nao seria tao mal trabalhar num coffee bar, pois pagam o mesmo que em pubs, mas nao rola de trabalhar ate tarde da noite, ja que essas casas costumam fechar por volta das 6pm/7pm. Naquele mesmo dia, por volta das 6pm, meu celular tocou, e o gerente da outra loja me perguntou se eu poderia comparecer a uma entrevista no dia seguinte, pela manha. Aceitei, eh claro. Naquela noite, ainda fui com o Leo beber um chopp num barzinho ali perto da casa dele, que era aonde eu estava morando, e encontramos umas meninas, amigas dele, que trabalham lah perto do Cafe aonde eu faria a entrevista. Esta loja nao fica no centro da cidade, mas num bairro chamado Chapel Allerton, que eh a uns 4km do centro, e com o inverno chegando e as temperaturas aproximando-se a zero, a tal da caminhada estava descartada. Elas me deram as coordenadas para pegar o onibus e como chegar lah.

No dia seguinte, cheguei lah as 10.20am, para a entrevista que era as 10.30am... A loja tava num momento de pico, e o cara que tava atras do balcao pediu pra eu esperar um pouquinho... Me arrumou um cafe, e eu fui sentar numa mesinha, pra esperar. Passados uns 10 minutos, o mesmo cara veio falar comigo. Ele era o gerente. Perguntei se a loja tava com falta de pessoal, pois soh vi ele e mais um cara trabalhando ali, e ele me disse que ate estao com falta de pessoal, mas nao era o caso naquele momento, pois nessas lojas soh trabalham duas pessoas por turno, salvo na hora do almoco, quando tem um intermediario, e aih ficam tres pessoas trabalhando.

Conversamos por uns 10 minutos, e ele me explicou mais ou menos como funcionava o esquema ali. Pagavam salario minimo, mas nao se trabalhavam longas horas, e tinha-se a possibilidade de fins de semana continuos de folga, apenas tendo que trabalhar aos sabados vez ou outra. Falou tambem que os funcionarios tem o direito de beber qualquer tipo de cafe ou milkshake durante o turno, e a duas garrafas de Coca-Cola (600ml) por dia, mais um sanduiche, e um intervalo de 20 minutos, alem de outros pormenores. Perguntou se eu estaria interessado em fazer um teste. Eu disse que sim, e ele disse que iria me ligar naquele mesmo dia, pra me dizer a hora e o local.

Passei os tres dias seguintes sendo treinado numa loja bem movimentada, no centro da cidade. Nao era a mesma loja que eu havia deixado o curriculo, mas sim uma outra proxima a estacao de trem, e aos grandes escritorios da cidade. Ironicamente, era a area da cidade que eu gostaria de trabalhar... nao exatamente ali, mas fazer o que? Melhor do que ficar naquela mesma area pedindo esmola...

Durante o periodo de treinamento, aprendi a fazer os varios tipos de cafe, conheci a lista de produtos da casa, e me deparei com dezenas de palavras em italiano - idioma que eu nao gosto, nem nunca me passou pela cabeca aprender. Alias, o que que eh isso que a gente tem que saber hoje em dia, pra pedir um cafe, hein!? Puta que pariu… Ainda me lembro do tempo em que voce chegava no bar e pedia um cafe, e no maximo o cara te perguntava se voce queria com leite ou nao. Agora nao... Cappuccinos, maquiatos, espressos con panna, cremas, alem de estranhos nomes de coisas para comer, como focaccias e giandujas (hein!?), e outras que nao sei nem pronunciar e nem escrever, passaram a fazer parte do meu vocabulario, que eu, com toda a ma-vontade e espirito de porco que me cabem, nao fiz a menor questao de caprichar no sotaque, e ate hoje as falo com sotaque ingles - e americano, ainda por cima!

Ah, num fode... que puta mania que nego tem de botar palavra gringa no vocabulario cotidiano... eh igual aos disques e deliveries que se ve aih no Brasil... (alias, esse disk eh uma tentativa de estrangeirismo totalmente erronea, ja que a palavra disk em ingles significa "disco", e nao tem nenhuma conotacao relacionada ao ato de "discar", que em portugues usamos para dar a ideia do ato de "telefonar" – a proposito, ja nao discamos mais, e sim teclamos, neh... mas tudo bem…) Pode parecer estranho, ja que vivo no estrangeiro, mas sou meio xenofobo... ha? Nao sabe o que eh isso? Ah, vai procurar no dicionario, que essa eu nao vou explicar nao... [o acento agudo cai no "o" da silaba "no" (xe-NOH-fo-bo), mas meu teclado nao me permite acentuacao, e nem quero ficar procurando tal mapinha pra por acentos...] Me lembro que nos EUA a moda era o espanhol. Alias, ainda deve ser... sempre tem uma fiesta, um amigo ou um gracias no meio das frases deles... Aqui na Inglaterra, alem de algumas em espanhol, tem palavras em frances e em hindu (um dos idiomas da India) pra cacete!! Odeio franceses. Tanto quanto argentinos. E vah lah que nao sou muito chegado a indianos, tambem nao... E fico pra morrer quando alguem chega no Cafe e me pede um crossaint - e ainda forcam o erre, pra soar mais frances ainda - em vez de pedir um raio de um danish, palavra em ingles que equivale ao mesmo que o tal do croissant. Na Espanha, por outro lado, era radical demais: os caras traduzem tudo o que podem para o espanhol, e sem o menor constrangimento... ate a banda irlandesa U2 (pronunciada "iu-tchu"), em espanhol foi rebatizada para "u-dos"!! Putz, aih tambem achei um exagero... Bom, o assunto merece um texto a parte... outra hora falo sobre isso.

Mas voltando a minha historia (caramba, dessa vez fui longe nos meus parenteses!), ca estou eu, atualmente trabalhando como barista no Caffe Nero (
www.caffenero.com). Alias, semana retrasada fui promovido a shift leader – ou seja, posso cuidar da loja em um turno sem que o gerente esteja presente – e demorei tanto a escrever sobre meu novo emprego que ja aviso que estou procurando por um emprego novo. Eh porque agora que tenho meu proprio computador, portanto nao dependo mais de ir a biblioteca, ou de usar computadores de amigos, posso me dedicar a enviar curriculos e a estudar em casa. Quero ou voltar a trabalhar em escritorios, ou como comissario de voo pela empresa aerea local, a Jet2 (www.jet2.com).

Um grande abraco a todos!!

Ate mais!

Thursday, January 24, 2008

"Navegar é preciso."


"Navegar é preciso."

Esta frase, dita pelo navegador portugues Bartolomeu Dias (achei que era de Fernando Magalhaes, mas uma rapida consulta a enciclopedia Wikipedia me fez crer que estava errado), sempre gerou um duplo sentido nas pessoas. Porque o "preciso" a que o marinheiro se referia eh no sentido de "precisao", "exatidao", e nao no sentido de "ser necessario", como muitos pensam ser. Sempre tive essa frase como lema, mas tambem sempre a tive com ambos os sentidos. Mais com o de ser necessario, do que o de ser exato, na verdade.

Ja ha uns dois meses e pouco tenho andado de saco cheio de Londres. Engarrafamentos, garoa, passes semanais de metro e onibus, alem da constante ameaca de onde serah a proxima bomba; tudo isso junto tem me deixado louco. Ora pombas, trocando a bomba por um assalto, eh a mesma coisa que ta morando em Sao Paulo. E justo eu, que... bom, sou carioca, neh... enfim...

Nao me saia da cabeca a ideia de voltar pro Yorkshire. Aquilo sim, era uma vidinha boa... Mas tambem nao queria ser tao radical: Horton eh um vilarejo com menos habitantes que a minha rua no Rio. Entao dai veio a ideia... Leeds!! Sim, claro! Em Leeds vc tem a qualidade de vida que uma cidade como Londres nao lhe permite ter, mas tambem tem toda a agitacao e estilo de vida de um grande centro urbano, atualmente com pouco mais de 1 milhao de habitantes.

Lembrei do Leo, um grande amigo de Santa Catarina que trabalhou junto comigo em Horton, no ano passado. Camaradao mesmo, gente boa toda vida, que desde janeiro trocou a bucolica Horton-in-Ribblesdale (sim, esse eh o impronunciavel nome completo do vilarejo) pela agitacao - e tranquilidade - do centro de Leeds. Ele havia me visitado em Londres ha tres semanas atras, e ao conversar com ele, me veio na cabeca a tal ideia: vou me mudar pra Leeds.

Mas ainda teria que ficar mais um ou dois meses em Londres, para fazer uma grana, e ao pedir as contas, ainda receber as ferias que ainda nao havia tirado - queria tirar no natal, pra ir ate a Espanha. Entao fui seguindo... casa, trabalho, pub, casa... lembrando que eu trabalho em um pub aqui, mas preferi escrever "trabalho" e "pub" pra diferenciar "ambiente de trabalho" de "ambiente de escorar balcao". E entre cada um desses locais, um metrozinho ou onibus, soh pra estressar um pouquinho mais... Ate que um belo dia, apos mais uma das aporrinhacoes proporcionadas pelo meu gerente (carinhosamente apelidado de "mother fucker" pelo pessoal da cozinha, e de "Gordinho" por nois do bar - assim poderiamos falar sobre ele em outra lingua sem que ele percebesse que estavamos falando dele), resolvi que em Londres ja nao dava mais pra ficar. Tudo bem, naquele emprego nao dava mais pra ficar. Mas tambem ja nao queria mesmo ficar em Londres. Usaria a desculpa de nao querer mais trabalhar naquele pub para me mudar de cidade. Teria que mudar, e rapido, antes que matasse alguem, ou me jogasse de uma ponte nas aguas fetidas do rio Tamisa. A decisao foi tomada: pedirei ajuda ao Leo para voltar ao Yorkshire.

Naquela noite nao consegui dormir direito. E nao foi pelas tres cervejas que havia bebido. A ideia de fazer as malas, botar a mochila nas costas e me assentar em um novo lugar ficou me pinicando por horas, ate que uma hora o cansaco fisico e mental me venceu, e fui ter com Morfeu. A mensagem SMS enviada para o celular do Leo pouco antes de ir deitar bateu e voltou rapidamente, e com uma grande noticia: a de que poderia ir para Leeds, e contar com seu apoio na busca de trabalho e acomodacao. E ainda que ficaria em sua casa ate que me arrumasse. Perfeito. Me acomodei de novo embaixo do cobertor e fui dormir.

Aih, no dia seguinte, com a ajuda de um outro grande e eterno amigo, o Julian (esse em Londres), superei o baque da decisao de virar a mesa e comecar de novo, que era uma noticia boa, mas que coincidiu com a descoberta incidental de que meu primo Wagne havia falecido no Rio de Janeiro, vitima da violencia desgarrada que assola a Cidade Maravilhosa. Noticia ruim. Nessa noite fui para a casa do Julian, e compramos algumas cervejas e uma garrafa - pequena, de 500ml - de uisque Famous Grousse, um blend escoces muito do gostoso. A garrafa viria a ser finalizada within duas horas. Positivo com negativo se anulam, entao uma noticia ruim eh superada com uma boa, e vice-versa. Fizemos no computador a carta de demissao, e dali mesmo compramos a passagem Londres Victoria/Leeds City Centre, de onibus, claro, que custa soh 10 libras. De trem seriam 92 libras! Eu, hein... Sexta-feira, 28 de setembro de 2007, as 3pm; escreveria ali mais um capitulo da minha vida. E lah vamos nois...

Ainda na terca-feira 18/09 pela tarde, fui trabalhar, e entreguei a carta de demissao ao Mathew, assistente do gerente. O Gordinho tava de ferias em Portugal, parece que um time ingles ia jogar futebol por lah, e ele foi passar uns dias lah. Noticias dadas, continuei no trabalho ate essa ultima terca, 25, quando encerrei os trabalhos com uma limpeza de serpentinas (o famoso beer line cleaning), evento no qual temos que "jogar fora" dois pints (unidade de medida real que equivale a 568ml, e que eh como sao chamados as tulipas de chopp daqui) de cada torneira. Imaginem voces que o pub eh bem grande, e servimos 8 tipos de cervejas diferentes (Fosters, Kronenbourg 1664, Stella Artois, Peetermans Artois, Staropramen, Leffe, John Smith's e Guinness), e no total sao 22 torneiras. Ou seja, sao 44 pints de cerveja que tem que ser jogados fora, para que os tubos por onde passam a cerveja sejam preenchidos pelo produto de limpeza. Entao ficam ali, para quem quiser beber... Mas dessa vez nem bebi os 15 pints que bebi certa vez, e que me renderam um porre como ha muito nao tomava. Fiquei no modesto numero de 6 pints, e depois ainda bebi um uisque Talisker, single malt bacana de 10 anos; coisa de escoces, tambem. Esse pessoal sabe fazer bebida boa. Ooo, e como...

Nos dias seguintes, quarta e quinta, fiz as malas e as devidas despedidas de amigos e rabos-de-saia que fiz nos quase seis meses que sobrevivi a loucura do cotidiano londrino. Na verdade, depois que entreguei a carta de demissao, ja havia comecado as despedidas... barco-boate com Rodrigo/Gi/Suami/Stephano na sexta 21, sinuca e cerveja nos pubs perto de casa com o Charles, no domingo 23, grande cervejada a base de Miller com o Stephano, na segunda 24 a noite, pints no Cheers e jantar no centro com Julian, Teresa, Kirk e Marcao na quarta 26, que terminou comigo e o Julian bebendo as saideiras naquela noite na varanda de sua casa; e no dia seguinte (quinta 27) a Mariana, prima dele, deu a ideia de um churrasco naquela tarde, na varanda da casa do Julian; ali ainda se juntaram a nois as amigas Bethania e Andrea, e o Simon, namorado da Mari. E a maratona soh terminou mesmo as 5 da manha de sexta, quando ainda bebi algumas cervejas com o Suami, grande amigo que fiz na cidade, filho da Conceicao, a dona da casa que morei, depois que sai da casa do Julian.

Acordei por volta das nove da manha nessa sexta, 28, com meras quatro horas de sono e uma pequena dor de cabeca. Pra quantidade de coisas que havia bebido no dia anterior, tava no lucro. Chovia la fora. Claro. Eh Londres. Ela nao ia deixar eu ir embora calmamente, caminhando com minha mochila e minha mala de rodinhas, pelas ruas do meu bairro ate o metro. Sao Pedro abriu a torneira e sai de casa sob chuva. Pra lah de torrencial. Acho que nem no estado do Amazonas chove como choveu nessa sexta.

Peguei o onibus na rodoviaria de Victoria, e ao meu lado se acomodou uma inglesinha muito bonitinha, de Sheffield, cidadezinha que fica mais ou menos 50km antes de Leeds. Interior do pais tambem, cidade grandinha, mas nao tanto. Mais ou menos como vc pegar um onibus de Sao Paulo pra Salvador, e no seu lado senta alguem de Feira de Santana. Entao eu teria uma companhia ate quase o final da viagem. Bom, melhor do que pegar um daqueles muculmanos malucos, que por estarem no Ramadan, nao comem nem tomam banho de dia, e as vezes tambem nao tomam banho a noite nao... Apos 50 minutos de entra-aqui, entra-ali nas engarrafadas ruas do centro de Londres, entramos na M1, que eh a rodovia que cruza o pais de norte a sul. Ficamos 40 minutos numa boa velocidade ate que comecou um mega-ultra-super-hiper engarrafamento. "Puta que pariu, exclamou o Conde ao ver a Condessa nua", pensei com meus botoes. Nao ia falar palavrao alto, tampouco em outra lingua. Alem de ninguem entender, ainda ia fazer papel de maluco. Mas que deu vontade, deu. Parecia que a cidade que me foi tao hostil durante esse tempo todo, queria agora me prender ali, pra sempre... paranoia, neh? Deixa pra la...

A estrada tava toda parada. Mais parecia um grande estacionamento. O consolo foi que, durante os tais 40 minutos em que andamos a boa velocidade, o balancar do onibus fez muitos passageiros adormecerem, inclusive este que vos escreve, e a tal da inglesinha que estava ao seu lado. Ou meu, pra que fique mais claro. Acordei com a menina dormindo no meu ombro, a bochecha amassando no meu braco. Hum, interessante isso. Nao me mexi e deixei-a dormindo, ate que ela acordasse sozinha. O que, eh claro, com o parar do balanco, nao demorou muito. Mas aih comecamos a conversar. Conversa vai, conversa vem, o telefone dela nao parava de tocar, droga, tem namorado. Mas ta bom... ainda conversamos por mais umas 4 horas, e ela desceu. Pra meu azar, no lugar dela entrou um camarada mais ou menos como o Joao Gordo, e que ia ate a ultima parada do onibus, que era Newcastle, beeeemmm depois de Leeds. E eu, que tava na janela, sofri com a tentativa de violacao da lei da fisica que diz que dois corpos nao ocupam o mesmo lugar no espaco. Ou ao menos nao deveriam.

Cheguei em Leeds as 9:45pm, duas horas e quinze minutos depois do previsto, e pelo menos nao tava chovendo. A temperatura era em torno de 3 ou 4 graus (positivos), mas o vento de 20km/h dava a impressao de que tava mais frio, e avisava que o inverno esse ano vai chegar antes, ja no outono. Ao desembarcar, botar o casaco e pegar minhas coisas, senti uma sensacao de felicidade que ha muito tempo nao sentia: estava feliz por estar de volta ao Yorkshire. Era como se tivesse retornado pra minha terra natal, apos anos fora. Me fez pensar se esse conceito eh baseado somente no lugar aonde a gente nasce e cresce, ou se tambem pode ser um lugar que voce aprende a gostar, e talvez ate decida troca-lo por sua terra natal por mais de metade da sua vida... Nao sei. Tambem nao eh hora de pensar nisso. Tava feliz e pronto. Ja diziam Tom e Vinicius: "Tristeza nao tem fim, Felicidade sim..." Entao vamos em frente.

Fui encontrar com o Leo no trabalho dele, que provavelmente vai ser aonde eu irei trabalhar tambem, ate que arrume uma empresa legal pra trabalhar com informatica. Lugarzinho bacana, e um grupo de funcionarios bem legal, com varias gatinhas... Ah, se eu trabalho num lugar desse... Bem sei das historias do Leo em Leeds. A fartura eh tamanha que ele chega a ter uma agenda, para nao se esquecer qual a garota que vai sair em determinado dia. Alias, bem sei das historias de Leeds. Cidade em grande expansao, foi pelo segundo ano seguido eleita a "capital do menage-a-trois" na Inglaterra (perdoem o meu frances, mas nao gosto desse idioma nem iria perder tempo indo no Google buscar a forma correta. Se ta errado, tudo bem, deu pra entender o que eu quis dizer, neh!?). Tem muita mulher e faltam homens; ou Homens com H maisuculo, talvez. E a mulherada nao da tregua. Atacam em bandos, e eh super comum o 2-4-1 (forma em ingles de "dois por uma" - "two FOR one"). Vc conhece uma menina, fica com ela, e na hora de leva-la em casa, ela avisa: "mas a minha amiga vai dormir lah em casa hoje e ela tem que ir com a gente. Espero que voce nao se incomode..." Incomodado? Pfff... acho que nem meu avo ficaria... (e aqui explicando, soh adaptei o classico comercial de absorventes femininos)

Depois que o Leo saiu do trabalho, fomos a casa dele, deixamos minhas malas, bebemos uma cerveja e demos um tapa num licor de nome incompreendivel da Latvia, e fomos pra night. Eram mais ou menos 1am, e fomos para uma rua onde ficam varios bares e boates. Mais ou menos como a rua Joaquim Silva, na Lapa, que tem um monte de bares, um do lado do outro, e cada um com estilo diferente... eh essa mesmo, aquela rua que comeca do lado dos arcos, e lah pra meio da rua tem aquela escadaria que liga com Santa Teresa... isso ai! Entao... iamos para o bar O Porto, que rola um rock n'roll bacana, mas tava tao cheio que os segurancas suspenderam um pouco a entrada da galera, ate que outros saissem, e sem saco pra ficar em filas, fomos pro Revolution, do outro lado da rua. Chegamos lah, pegamos uma cerveja, e fomos pra beira da pista de danca, pra analisar a mulherada, e ver o que ia acontecer. Durante aquele primeiro pint, nada aconteceu, mas beleza, estavamos conversando, tava legal o ambiente, vamo pegar outro...

Fui no balcao pegar mais duas cervejas, e o Leo foi lah fora atender o raio do celular, que vira e mexe tocava ou recebia uma mensagem; mais tarde vim a saber que era uma russa que ele ta ficando, e naquela noite eles deveriam estar juntos, mas nao estavam... mais tarde, naquela mesma noite, ele ainda iria ve-la... rsrs. Depois que peguei os pints e paguei, fiquei ali pelo balcao mesmo, pois ainda tava terminando o meu pint anterior, e tava com os dois novos ali, e nao daria pra carregar. Teria que esperar pelo Leo.

Foi quando notei ao meu lado uma loira pra lah de gostosa: 1.75m (logo, mais alta que eu), toda boazuda, vestidinho coladinho, barriguinha zero, comissao de frente avantajada, pernocas sensacionais, enfim, escutural. Tava ali tentando comprar a bebida dela, mas que devido a sua voz - feminina - e aos 811.000.000 de watts de musica despejados nos nossos ouvidos - incluindo nos do barman - nao conseguia se fazer ouvida. Ela entao vira e pra mim e fala:

[letras maiusculas indicam gritos]

- DO YOU BLABLABLA BLABLABLA BLABLABLA...


♫♪ TUM-TCHI-TUM TCHI-TUM... ♫♪

E eu:

- I'M SORRY, WHAAAT???

E ela:

- COULD YOU BLABLABLA BLABLABLA BLABLABLA...

♫♪ TUM-TCHI-TUM TCHI-TUM... ♫♪

E eu cheguei perto do ouvido dela e falei: (o dialogo que segue foi traduzido do ingles)

- Nao to te escutando, fala mais perto...

Ai ela encostou a boca no meu ouvido e disse:

- Voce pode comprar uma bebida pra mim? Ta aqui o dinheiro, oh... eh que o barman nao ta me escutando daqui...

Eu me virei pra falar no ouvido dela, e passei a 3cm de sua boca.

- Beleza, compro sim. O que voce quer?

- Um copo de vinho branco.

Aih eu fui me virar de novo pra falar no ouvido dela. Ia perguntar se ela tinha alguma preferencia de vinho. Soh que ela, que tava com a boca encostada no meu ouvido (eu tava olhando pra frente, pro bar, pra poder escutar o que ela dizia), nao virou o rosto pra frente, quando eu virei o meu pro lado, pra falar com ela... eis que nossos labios se cruzam, e ela os passam pelos meus... Contato. Toque. Opa, desejo!!

Num misto de nao acreditar e nao estar esperando por tal fato acontecer, dei tempo pra que ela voltasse ao meu ouvido pra falar que podia ser o vinho da casa, mesmo. Aih eu me virei pra falar qualquer coisa com ela, a essa altura ja nao me importava mais, queria era tirar a duvida se o encontro labial foi voluntario ou nao. Me virei pra ela, dei um beijo, e esperei pra ver o resultado: ou seria uma bela duma porrada, que com sorte nao seria nos Meninos, ou seria outro beijo. E nao eh que foi um senhor beijo, o que eu ganhei em seguida??

Lembro-me de, entre o beijo rapido e o longo, ela falar que tinha gostado de mim. Ela partiu pra cima de mim com a maior vontade, e me deu moh beijao. Eu abracei a crianca e continuei os trabalhos. Naquele momento passava pela minha cabeca a imagem dela chegando ao bar, ainda a um metro de distancia de mim, quando fiz a rapida analise acima mencionada, e a musica eletronica que outrora estava ensurdessedora, agora se fazia em sons angelicais, com os anjos tocando arpas e trombetas, e um grande feixe de luz se abrindo em minha frente, como quem chega a porta do Paraiso. Mais ou menos como num clipe ao vivo da musica Another brick in the wall, do Pink Floyd, em que um coral canta e luzes se acendem, ou como no filme Ghost - do outro lado da vida, quando o Patrick Swayze aparece pra Demi Moore, no final do filme... Lembro tambem de, entre o beijo longo e proximo beijo longo que se sucedeu apos alguns segundos de intervalo, ter visto o Leo se aproximando do balcao novamente e, sem entender muito bem o que havia acontecido, pegou o pint dele e ficou ali por perto, bebendo. Mas quando a esmola eh demais, o santo desconfia... essa mina deve ta com algum problema, pensei rapidamente... e aih ainda me lembrei que isso eh uma musica do Gabriel O Pensador. Sorri dentro de mim, e pensei comigo mesmo: O que esta acontecendo aqui??

Quem me conhece ha mais tempo, sabe que mesmo na epoca do volei/karate/muay thai, quando eu quase nao bebia cerveja e tampouco fumava, eu ja nao era do tipo atletico. Acho que na verdade nunca fui, nem nunca serei. Sempre fui da filosofia de que quem gosta de barriga "tanquinho" eh viado; mulher gosta de homem interessante. E voce pode ser interessante por outros metodos... ainda que tarde um pouco mais, do que o metodo de contato visual... perai, perai... oohhh... esse papo ta ficando torto...

Depois de mais uma meia duzia de beijos e alguns goles de vinho e cerveja, ela falou que tinha que ir encontrar com a amiga dela, que tinha ido nao sei aonde. Ora, todo mundo sabe que essa eh a deixa classica quando voce quer se livrar de alguem numa boate. "vou ali rapidinho comprar um guarana e ja volto". E volta nada, da no pe. Pensei comigo mesmo: "eh, foi bom enquanto durou esse nosso relacionamento, mas entendo que ja esta na hora de seguirmos caminhos separados." Ja estava me preparando pra dizer tchau e voltar a beber com o Leo, quando pra minha surpresa ela pega na minha mao, e me leva pra junto da amiga dela... Eu quase derrubo a cerveja, pois na esperava ser puxado pelo braco naquela hora, e soh tive tempo de falar pro Leo um "me segue ai!", ja pensando que essa amiga poderia render algo pra ele tambem... Adiantar os amigos, tambem uma filosofia que sempre carreguei comigo. E o Leo veio atras. E ela achou a amiga. E a amiga era moh gatinha tambem. Elas falaram alguma coisa entre elas e decidiram ir pra area de fora. Parece que a amiga dela queria ir fumar.

Alias, pra quem ainda nao sabe, desde as seis da manha de primeiro de julho desse ano de 2007, eh proibido fumar em qualquer ambiente publico fechado, em todo o Reino Unido. Isso significa que, se vc quer fumar, tem que ir pro lado de fora do bar, pub, boate ou que seja. Mas voltando ao assunto...

Elas decidiram ir pra fora e ela me deu um beijo rapido, e falou "vem comigo". Pegou minha mao novamente, e dessa vez ainda entrelacou os dedos com os meus. Pronto, ja estavamos namorando. E cruzamos a pista de danca, e fomos la pra fora, a amiga arrumou um cigarro com alguem, e o Leo ja partiu pra cima da menina. Soh que aih, com o ar fresco da madruga leediana (essa palavra provavelmente nao existe, apenas foi como me soou agora, pra dizer "de Leeds"), comecou a desfazer-se o encanto. As minas comecaram a mostrar que tavam bem pra la de bebadas, e foi ate nessa hora que o Leo agarrou a outra. Lembro da minha falar comigo pra gente ir pra casa dela, que a amiga ia dormir la essa noite (Oooopaa!!!), e CRAACC!! Ela deixou o copo de vinho dela cair no chao, se espatifando e espalhando vidro pela area. Uma rapida analise na situacao e vi que a mina do Leo comecou a apresentar sinais de que iria entrar em estado vegetativo em poucos minutos, tipo como naquele filme Horizonte Perdido, que quem saisse de Shangrila ficava velho na hora. Trocamos um rapido e olhar e decidimos nao levar aquela festa adiante, pois nesse momento a minha mina (alias, nunca soube o nome dela) comecava a deixar bem claro que tava pra lah de bebada tambem. Usamos nois, a desculpa do "vou ali rapidinho e ja volto", e saimos fora...

Ainda fomos ao O Porto, do outro lado da rua, e bebemos outro pint de cerveja - Amstel, dessa vez - e depois de ver umas menininhas dando um showzinho se pegando, fomos pra casa dormir. Bom, eu fui dormir, porque o Leo ainda foi pra casa da russa dele, lah, e nem voltou pra casa; foi direto pro trabalho.

E assim foi a minha transicao de uma vidinha bem mais-ou-menos em Londres (mais pra menos, pra ser sincero), pra uma vida que ja ta parecendo ser bem promissora, aqui em Leeds, condado de West Yorkshire. Sei que ficou meio grande o texto, mas to precisando praticar a escrita em portugues, senao ja viu, neh, vai ficando cada vez pior. E na verdade, fiquei tao estupefato com o ocorrido que tinha mais que escrever mesmo, guardar pra posteridade. Paixao assim nao acontecem todo dia.... Huummm, cheia de chaaarrmeee... uuummm desejo enorme.... ih, ooohhhh..... (me lembrei de um classico do brega 80's, acho que do Guilherme Arantes... impressionante como esse episodio me deixou meio desconcentrado)


Bom... a voces que chegaram ate aqui embaixo, o meu muito obrigado pela companhia.

Tenho saudade de todos do Brasil, mas realmente, se voces pudessem vir a Leeds e ver como eh isso aqui, tambem pensariam duas vezes em onde querer morar.

Volto em um proximo e-mail, com mais algum causo, ou apenas mandando noticias gerais.

Um grande beijo e um forte abraco,

Mark.


"Escrevo-vos uma longa carta porque não tenho tempo de a escrever breve."
(Voltaire)

Monday, January 14, 2008

Upsidown - Feriado

Bem vindo!!

Ahhh... ano novo, vida nova, nao eh!?

Pois eh... depois de muito relutar, finalmente resolvi criar um fotolog, de onde vou (tentar) manter a todos informados sobre os fatos que ocorrem por aqui, publicar os textos que vez ou outra resolvo escrever, e mostrar os videos que eu acho legais, e que acho que outros gostariam de ver tambem. E mesmo que ninguem resolva ler ou ver os videos, vou postar assim mesmo, porque soh assim desafogo o meu computador e a caixa de mensagens do meu correio eletronico, que ficam cheios de coisas que recebo e guardo, pensando em mostrar pros outros, mas aih me lembro que odeio quando entopem o meu correio com um monte dessas coisas, e que nao gosto de encher a caixa de mensagens das pessoas, e acabo arquivando tudo aqui.

Como agora finalmente tenho meu proprio computador portatil, vou poder escrever e postar constantemente (imagino eu), e achei que o comeco do ano era uma boa hora para comecar o tal livrinho eletronico.

Enfim, para comecar o fotolog, tava em duvida se comecava com algo engracado, com algo relacionado a mulheres, ou com algo relacionado a musica. Fiquei com a musica. Um video clipe.

E o video escolhido eh o clipe da musica Feriado, da banda Upsidown, que para quem nao sabe eh a banda do meu irmao mais novo, que nasceu Marcio, mas hoje eh conhecido pela alcunha de Frango.

O clipe, alias, foi todo editado por ele mesmo, de casa, sem nenhuma experiencia previa ou profundos conhecimentos tecnicos em edicoes de imagens e mixagem de audio. A musica eh dele tambem, que compos a letra e pos a melodia. Um prodigio de menino, nao? rsrs... As imagens foram captadas por camera digital, em diversos shows e mesmo quando eles ficavam a toa la em casa, no Rio. No finalzinho do clipe rola a participacao especial do meu pai, o Barreto, ao fundo de umas cenas, e do falecido Franguinho, nosso gato, que foi atropelado em abril de 2007.
Enfim, com vcs, Upsidown abrindo meu fotolog.

Ate a proxima!


Mark.

(Ou Barraca, Presuntinho, Big, Porquinho, Canelao, Picles-alright, Celao, ou simplesmente, como um dia ja fui conhecido, Marcelo.)